Víctor Resco, cientista ambiental: "É mais perigoso ir a um hospital do que a uma usina nuclear."
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O debate sobre a energia nuclear está de volta à tona, desta vez com um argumento inovador. O cientista ambiental Víctor Resco, professor da Universidade de Lleida, afirma que os riscos associados a essa fonte de energia são exagerados e que, na realidade, "é mais perigoso ir a um hospital do que a uma usina nuclear". Seus comentários fazem parte de uma longa entrevista no podcast " It Makes Sense ", onde defendeu o papel da energia nuclear no combate às mudanças climáticas.
Resco argumenta que o fechamento de usinas nucleares não é uma medida lógica se o objetivo é conter a emergência climática. Ele explica que eliminá-las forçaria a queima de mais gás e o uso de combustíveis fósseis, o que aumentaria as emissões poluentes. Ele cita o cientista James Hansen, pioneiro em alertar sobre o aquecimento global, como um dos proponentes da energia nuclear: "As energias renováveis são necessárias, mas não suficientes."
O pesquisador enfatiza que acidentes nucleares são muito raros, embora sua natureza espetacular tenha moldado a percepção social. Casos como o de Chernobyl, ele lembra, foram causados por instalações obsoletas e pela falta de medidas de contenção adequadas, algo impensável na Europa de hoje.
O momento mais surpreendente da conversa ocorreu quando ele comparou a radiação à qual somos expostos no dia a dia com a de uma usina nuclear. "Um raio-X ou uma tomografia computadorizada emitem muito mais radiação do que passar um ano perto de um reator ", afirmou. Mesmo atividades tão comuns como comer uma banana ou voar de Madri a Sydney expõem o corpo a mais radiação do que viver perto de uma usina nuclear.
"É uma energia perfeitamente segura e limpa que está em constante aprimoramento graças aos avanços tecnológicos", argumentou.
O custo ambiental das energias renováveisEmbora reconhecendo o papel da energia solar e eólica, Resco alertou sobre seus limites. Ele ressaltou que os painéis solares e as baterias contêm metais pesados cuja toxicidade não desaparece com o tempo, ao contrário dos resíduos nucleares , cuja radioatividade diminui significativamente ao longo de 300 anos. Ele também observou que uma única usina nuclear pode gerar tanta energia quanto milhões de painéis solares, o que exige uma exploração massiva de minerais e solo.
O cientista não se esquivou da polêmica e criticou organizações ambientais, que, segundo ele, também agem por interesses econômicos. "O verdadeiro problema não é a energia nuclear, mas os combustíveis fósseis", afirmou, acusando certos grupos de manterem um discurso ideológico que atrasa a transição energética .
Além do lixo nuclear, Resco alertou sobre outro inimigo invisível: os microplásticos. Ele observou que os bebês são o grupo mais vulnerável, pois a esterilização de mamadeiras plásticas pode liberar milhões de partículas que acabam no leite. Pesquisas recentes detectaram até mesmo resíduos plásticos na placenta, levantando questões sobre seus efeitos a longo prazo na saúde.
Para o cientista, o grande desafio é projetar uma mistura equilibrada de energia nuclear, renováveis e biomassa, adaptada às características de cada país. No caso da Espanha, ele enfatiza que o potencial é enorme e que a decisão deve ser baseada em dados, não em ideologia.
"Precisamos deixar de lado a ecoansiedade e nos concentrar nas evidências. O verdadeiro inimigo é a mudança climática , não a energia nuclear", concluiu.
O debate sobre a energia nuclear está de volta à tona, desta vez com um argumento inovador. O cientista ambiental Víctor Resco, professor da Universidade de Lleida, afirma que os riscos associados a essa fonte de energia são exagerados e que, na realidade, "é mais perigoso ir a um hospital do que a uma usina nuclear". Seus comentários fazem parte de uma longa entrevista no podcast " It Makes Sense ", onde defendeu o papel da energia nuclear no combate às mudanças climáticas.
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